10/10/2015

As gorda tetas da Hercilio Luz

Responsável por construir a Ponte Hercílio Luz na década de 1920, a empresa norte-americana American Bridge desistiu oficialmente de executar as obras de restauração do principal cartão-postal de Florianópolis. A decisão foi comunicada ao governo de Santa Catarina nesta sexta-feira por meio de um ofício.
Ponte nova só lá para 2mil e nunca.
De acordo com o governo do Estado, a empresa explicou que a desistência se deu principalmente por razões econômicas, nossa moeda não está valendo absolutamente nada. Com a desvalorização do real e a atual conjuntura econômica do Brasil, a obra se tornou financeiramente inviável para os americanos, que não são bobos nem nada, deram no pé e vamos deixar a galinha de ovos dourados ou melhor azulados (cor da nota de 100) cair dentro do mar. A American Bridge, porém, se colocou à disposição para colaborar com os trabalhos, lógico que para fazer um grau, também vai que alguém consegue arrumar um pouco, eles voltam para mamar mais.
A única esperança de manter o projeto agora recai sobre o grupo português Teixeira Duarte, que já realiza as obras para sustentação do vão central. A subsidiária do grupo, a Empa, concluiu a primeira parte da chamada operação Ponte Segura no último fim de semana.
Na terça-feira, o governador Raimundo Colombo liberou a ordem de serviço para a conclusão da treliça da estrutura inferior, que fará a ligação entre os quatro pilares e o vão pênsil da Hercílio Luz. O trabalho da segunda etapa da Ponte Segura tem prazo de conclusão de 180 dias, com um investimento de R$ 11,4 milhões. Nos próximos dias, o governo garante que será apresentada a proposta do grupo Teixeira Duarte.
Na última semana, foi divulgado o novo prazo para a reabertura da ponte ao tráfego: agosto de 2018. A previsão inclui a segunda etapa da operação Ponte e a consolidação das ações na parte superior da ponte, estimada em dois anos e meio.
Agora pergunto, não seria melhor deixá-la cair e construir uma nova ponte com o montante já investido na velha senhora?
Poucos capítulos da novela.
JUNHO DE 2014
O governo do Estado toma a decisão de rescindir contrato com o consórcio liderado pela Espaço Aberto, sob alegação de que a empresa não estava cumprindo o cronograma das obras da restauração da ponte. A companhia afirma que o Executivo estadual não vinha realizando os pagamentos e, por isso, tinha suspendido os trabalhos.

AGOSTO DE 2014
O Deinfra anuncia oficialmente a rescisão contratual com a Espaço Aberto. Por meio de um contrato emergencial, o governo começa a procurar uma empresa substituta.

NOVEMBRO DE 2014
A TDB Produtos e Serviços, com a qual o governo vinha negociando continuidade na etapa " Ponte Segura", resolve desistir do contrato.

DEZEMBRO DE 2014
O Tribunal de Justiça de SC acata recurso da Espaço Aberto e suspende a continuidade das obras emergenciais na ponte — mesmo sem elas estarem em andamento. No fim de dezembro, a Procuradoria- Geral do Estado reverte a decisão e derruba a liminar, abrindo caminho para contratação da Construtora Roca.

JANEIRO DE 2015
A Construtora Roca e o governo passam o mês negociando ajustes contratuais.
Diante do risco de novas interdições e prejuízos, a empresa também resolve desistir dos trabalhos.

FEVEREIRO DE 2015
O governador Raimundo Colombo viaja aos Estados Unidos e tem um encontro com a American
Bridge, mesma companhia que construiu a ponte entre 1922 e 1926.

ABRIL DE 2015
Funcionários da empresa vem a Florianópolis para fazer uma vistoria da estrutura. Ficam de entregar uma proposta em 60 dias. Em maio, houve nova vistoria.

JUNHO DE 2015
Técnicos da American Bridge fazem uma terceira vistoria.

SETEMBRO DE 2015
Levantamento do Ministério Público de Contas (MPTC) aponta gastos estimados em R$ 562,5 milhões na reforma da ponte. Governo estadual e o órgão entram em queda de braço.

OUTUBRO DE 2015
A empresa comunica oficialmente a desistência da execução do trabalho.

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