27/09/2015

Aos poucos PMDB, dá sinais de estar lavando as mãos.

Assim como Pôncio Pilatos tentou de alguma forma se livrar do peso de matar Jesus. O PMDB, da sinais que não quer carregar a culpa do profundo mar de trambiques que o governo meteu o país.

As dificuldades de Dilma Rousseff para colocar massinha de modelar no Orçamento do próximo ano, ampliaram o distanciamento entre ela e o PMDB. O partido, que assumirá o barco, furado, sem boias e em alto mar, se a presidente deixar o cargo de maneira desonrosa, já faz prevê o melhor momento de abandonar o navio  aderir ao movimento pelo impeachment, deixando o PT afundar por si só.

Assim como o povo já sabe, os  peemedebista admitem a fragilidade de Dilma e o melhor caminho para lidar com ela. Conforme um líder do partido ouvido pela Folha na semana passada, o PMDB não deve "enforcar o governo", mas "deixará a corda solta para que este mesmo o faça".

O cheiro de putrefação do cenário econômico nos próximos meses aumentará a já forte rejeição ao desempenho da presidente e mesmo com muita adrenalina, não será trabalho fácil reanimar o poder econômico nacional.

Como se já não bastasse estar lutando, de olhos vendados, com vários socos tomados no fígado, os próximos dois golpes, serão cruciais para a concretizar a vitória da ... crise, como: a esperada reprovação das contas do governo Dilma pelo TCU (Tribunal de Contas da União), na primeira semana de outubro, e o congresso marcado pelo PMDB para 15 de novembro, quando o partido pode oficializar o rompimento com o Palácio do Planalto.

Entre uma pedrada e outra, Dilma seguirá seu calvário. Na próxima semana, ela deverá enfrentar um primeiro espinho da coroa, na votação dos vetos que impôs a três projetos aprovados pelo Congresso que aumentam as despesas do governo.

Mais  uma derrota nessas votações reforçaria as certezas da oposição  sobre a incapacidade de governar da presidente.

Outro golpe que o governo provavelmente vai receber no fim de setembro é o Impeachment. Eduardo Cunha indicou a aliados que poderá abrir, a partir do dia 29 de setembro, a discussão sobre o recurso que a oposição quer usar para deflagrar o impeachment de Dilma.

Na próxima semana, ele definirá o rito que seguirá para a votação do recurso, cujo objetivo é autorizar a criação de uma comissão especial para analisar um dos pedidos de impeachment apresentados contra Dilma, liderado pelo advogado Hélio Bicudo, fundador do PT que rompeu com o partido há alguns anos.

Caberá a essa comissão analisar o pedido e submeter seu parecer ao plenário da Câmara, onde serão necessários os votos de 342 dos 513 deputados para autorizar a abertura do processo de impeachment, que levaria ao afastamento de Dilma do cargo e a seu julgamento no Senado federal.

Entre os peemedebistas ouvidos pela Folha nos últimos dias, alguns calculam em dois meses o tempo necessário para que a situação política se defina. Outros preveem que a temperatura da crise continuará elevada no início de 2016.

O governo apresentou, na semana passada, um pacote fiscal de R$ 64,9 bilhões, incluindo cortes de despesas e aumentos de impostos, para equilibrar suas contas, mas seus aliados no Congresso já indicaram que a aprovação das medidas será dificílima.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se tornou recentemente o único fiador de peso do Executivo no Congresso, confidenciou a amigos na semana passada estar cansado de apoiar um governo que comete erros em sequência, na sua avaliação.

Depois do rebaixamento do país pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's, Renan esperava que a equipe econômica de Dilma acertasse o passo com o pacote fiscal, mas não encontrou ali sinais de compromisso com cortes significativos de despesas.

Aliados afirmam que o presidente do Senado não pretende fazer nenhum gesto explícito de rompimento como o que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez em julho, mas poucos veem em Renan disposição de se sacrificar pelo governo.



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